FESTAS E PALMADAS, DO PONTO DE VISTA DO CAVALO

As palmadinhas no pescoço do cavalo são gestos comuns no fim de um exercício bem realizado, um hábito enraizado no mundo equestre porque não questionamos suficiente o que “toda a gente faz”... Mas já pensou se o cavalo realmente as aprecia ?

Na realidade, não. Estes gestos podem ser bastantes invasivos para o cavalo. De facto, o sentido do tato no cavalo é muito desenvolvido, aliás ele é capaz de sentir um pequeno inseto pousar-se no seu corpo, provavelmente já devem ter visto a pele dele vibrar quando isso acontece.

Para que esse contacto físico tenha significado e se torne um prazer para ele, podemos imitar os cuidados mútuos corporais (ou “grooming”, ver foto) que os cavalos fazem entre eles : coçar, raspar com os dedos e as unhas, procurando as áreas que o cavalo tem dificuldades a coçar (atrás das orelhas, pescoço, parte da frente do peito, garrote, base da rabada ...etc). Além disso, esse “grooming” fortalece os laços sociais entre os animais e lhes trazem um certo apaziguamento (diminuição da frequência cardíaca por exemplo) : estudos provaram que os cavalos mostram mais reações positivas (nível do pescoço mais baixo, participação no grooming, movimentos do lábio superior...) quando são coçados do que quando recebem palmadas (movimento do cavalo de trás para frente, raspar o chão com o casco...).

Não seria melhor tornar agradável para o cavalo o que supostamente queríamos que fosse uma recompensa para ele ?